terça-feira, 28 de agosto de 2012

Apresentando o evangelho para crianças


O evangelismo de crianças é uma questão muito discutida entre as pessoas que trabalham com elas, porque muitos presumem que elas só precisam da salvação a partir do momento em que perdem sua inocência e passam a distinguir o bem do mal, o que pode acontecer em fases diferentes de um pequenino para outro. Mas, se compreendemos que todos herdamos a natureza pecaminosa que passou a ser nossa desde Adão, (o pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram. Romanos 5:12 – Bíblia na Linguagem de Hoje) desde o Éden, teremos urgência em transmitir a mensagem para todos que tenham condição de entendê-la e responder a ela.

Contudo não podemos excluir nossa responsabilidade para com a formação dos valores que darão base para o posicionamento da criança no momento em que precisar começar a fazer suas escolhas e definir sua conduta. Desde cedo ela precisa ser orientada em relação a sua vida espiritual. Não a partir de conceitos que ela não possa compreender, mas começando com aquelas experiências simples do nosso dia a dia que nos mostram o quanto Deus nos ama e se preocupa conosco. Um bom exemplo disto é quando podemos orar, juntos com ela, para agradecermos pelo alimento que Ele não deixa faltar.

Muitas vezes na hora de nos prepararmos para a refeição, podemos ver nossa filha pedindo para orar e dizendo: “Deixa eu, deixa eu, eu vou orar: ‘brigado’ pão, ‘brigado’ colher, ‘brigado’ carne, ‘brigado’ mamãe, ‘brigado’ papai,...” É possível que ela ainda não compreenda o que está fazendo, mas começa a perceber que tudo aquilo que temos sobre a mesa depende de alguém mais, além do papai e da mamãe.

A Bíblia está cheia de passagens que nos advertem para a educação religiosa das crianças, como em Provérbios 22:6 onde encontramos palavras de orientação bastante precisas: "Ensina a criança no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele”.

Por isso quando nos comprometemos com o Senhor Jesus e reconhecemos que assumimos a responsabilidade dada por Ele, de ``pregarmos o Evangelho a toda criatura``, devemos saber que isto inclui também as crianças.

Assim, o Evangelismo Infantil tem por finalidade levar a criança a ter uma experiência pessoal da graça Salvadora de Deus, Através da pessoa de Jesus Cristo, desenvolvendo nela um comportamento adequado aos padrões bíblicos, valorizando suas qualidades e desenvolvendo sua capacidade de seleção do que lhe convém ou não, usando as habilidades pessoais dadas por Deus em forma de louvor e gratidão ao criador.

Como falar do Evangelho para crianças

A criança consegue captar o que ela tem condições de entender ou ouvir várias vezes. Uma das formas mais eficazes de se colaborar para isso é através das músicas. A música é um forte aliado no trabalho de evangelizar crianças, porque delas dificilmente se esquecem.

Outra forma de se mostrar a verdade bíblica é através de histórias ilustradas. As histórias atingem o raciocínio das crianças quando apresentam uma linha de pensamento única e linguagem fácil. Se esta acompanha quadros ilustrativos, suas figuras deverão ser simples e sem muitos detalhes, para atenderem as crianças menores de 4 anos.

Apesar de recursos diversos para apresentarmos a mensagem salvadora para as crianças, o recurso mais eficaz que temos não terá bons resultados sem a boa expressão facial, vocal e corporal. Esses itens são os melhores instrumentos para a evangelização infantil. São eles que dão "vida" à verdade apresentada e para tanto precisam ser moderados e eficientes.

Usar a criatividade é o melhor meio de se trabalhar, e são muitos os recursos a serem utilizados: bonecos, varetas, fantoches, ilustrações, peças teatrais, apresentação com palhaços, atividades recreativas, músicas, fitas de vídeos e outros meios que surgirem à sua disposição, lance mão para propagar o Reino de Deus ao mundo infantil.

Contando uma história bíblica

A forma de se introduzir uma história é fundamental. É preciso conquistar sua atenção logo nos primeiros minutos. Assim, devemos lembrar de alguns pontos que são importantes nesta hora:

1. Capture a atenção da criança;

2. Procure dirigir o assunto, desde o início, para a lição bíblica;

3. Leve em consideração as experiências das crianças para quem você fala;

4. Ponha em evidência desde o início, a verdade central;

5. Explique palavras conceituais, que possam dificultar o entendimento: pecado, eterno, espiritual, etc.

6. Mova-se com naturalidade para a lição bíblica.

Estes pontos podem ser atingidos através de uma pergunta relacionada com a lição bíblica, dramatizando uma situação da vida da criança, através de fotografias ou do uso de objetos. Na apresentação de sua lição, a Bíblia deve ser sempre o ponto central. No entanto, mantenha em mente os seguintes pontos sobre o modo de usar sua Bíblia:

Nunca leia a história diretamente da Bíblia, antes de contar isto para as crianças;

Abra a Bíblia na lição bíblica e deixe-a aberta durante todo o tempo de apresentação da lição;

Leia pelo menos uma ou duas citações bíblicas diretamente da Bíblia, de modo que façam parte da história;

A efetividade da lição bíblica reside basicamente na sua preparação. Um dos princípios fundamentais é de que o “ensino vem do coração” e isto só pode ser feito quando você dá oportunidade a Deus para que trabalhe em seu coração enquanto você prepara a lição;

A lição nuca deve durar mais do que quinze minutos;

Os auxílios audiovisuais devem ser organizados de modo que não atrapalhem a progressão da história;

Estes auxílio audiovisuais devem capturar a atenção das crianças para a história, não apenas divertilas;

Planeje a atmosfera de apresentação. Procure visualizar que tipo de experiências você deseja que as crianças tenham durante a o ensino;

APRECIE, faça com que cada momento da lição bíblica seja um momento de prazer para você, desde a preparação até a apresentação;

Pratique, pratique e pratique um pouco mais.

A conclusão deve representar o fim da lição bíblica. Deve vir em seguida ao clímax da história e deve ser breve. Prolongar, ou perder o foco da lição que se quer demonstrar, pode desperdiçar uma boa história..

Nenhuma nova informação deve ser acrescentada no final da história. Complete a história com sentenças curtas.

O apelo para uma criança não salva

O propósito da lição bíblica é oferecer a oportunidade de uma mudança do estilo de vida. Cada lição bíblica deve ser usada para convidar e desafiar a criança a apresentar a sua vida, como resposta para a mensagem que recebeu. Por isso, devemos manter em mente os seguintes pontos:

O apelo deve ser dirigido primeiramente para aquelas crianças na salvas;

O apelo deve ser feito de modo amável, carinhoso, mas sem perder o senso de urgência;

A criança deve ser levada a entender que aquele momento é sagrado e serio. Use a voz e a linguagem corporal para enfatizar a seriedade do momento do apelo;

O apelo pode ser feito a qualquer momento durante a lição. Não precisa ser feito necessariamente ao final;

SEMPRE mantenha um tempo disponível após o período da lição;

NUNCA faça o apelo se não houver ninguém disponível para conversar com as crianças ao final.

O desafio para a criança salva

As crianças que são salvas devem ser desafiadas através da lição a responder ao que elas têm ouvido. Isto acontece normalmente ao final da lição.

Se você desafia as crianças a fazerem alguma coisa, deve ser dada oportunidade para que isto possa ser realizado. Dê a elas oportunidade para contarem alguma coisa das experiências que tiveram durante a semana.

Ao fazer isso, você encoraja as crianças a descobrirem o que Deus realmente está falando para cada uma delas.

Extraído de

terça-feira, 7 de agosto de 2012


O VALOR EDUCACIONAL DAS  HISTÓRIAS

Profa. Nelma Paula de Almeida Valentim

Tomando por base o livro Técnicas de contar histórias – um guia para desenvolver as suas habilidades e obter sucesso na apresentação de uma história de Vania D’Angelo Dohme, temos a compreensão de que as histórias são excelentes ferramentas de trabalho na tarefa de educar e vários motivos existem para isso:

·         As crianças gostam muito

·         Levam a uma empatia com os alunos

·         A variedade de temas é praticamente inesgotável

·         Pouca exigência de recursos materiais para sua aplicação

·         Os vários aspectos educacionais que podem ser focados

Por meio dos exemplos contidos nas histórias, as crianças adquirem maior evidência. O contato com os impulsos emocionais, as reações e os instintos comuns aos seres humanos e o reconhecimento dos fatos e efeitos causados por estes impulsos são exemplos de vida.

Segundo a autora, as histórias são muito úteis para trabalhar os seguintes aspectos internos da crianças:

ü  Caráter: Histórias escolhidas de feitos heróicos, conteúdos que encerram lições de vida, fábulas em que o bem prevalece sobre o mal são lições que as crianças absorvem.

Por meio das histórias, os meninos defrontam-se com situações fictícias e percebem as várias alternativas que elas oferecem, podendo antever as conseqüências que a decisão por cada uma delas trará. Com isso adquirem vivência e referências para montar os seus próprios valores.

ü  Raciocínio: As histórias mais elaboradas, de enredos intrigantes, agitam o raciocínio das crianças, que as acompanham mentalmente, interrogando-se como agiriam naquela situação.

ü  Imaginação: os meninos ouvem atentos as narrações e com isso acompanham-nas mentalmente. Desta forma consegue-se situações verdadeiramente formidáveis! Com elas podemos transitar pelo tempo e o espaço, estando ora na pré-história, ora pisando em galáxias estranhas. Podemos “bater um papo” com Hércules, participar de rituais indígenas ou conhecer a selva. Nas histórias tudo é possível!

O exercício da imaginação traz grande proveito às crianças, primeiro porque atende a uma necessidade muito grande que elas têm de imaginar. As fantasias não são somente um passatempo; elas ajudam na formação da personalidade na medida em que possibilitam fazer conjecturas, combinações, visualizações como tal coisa seria “desta” ou “de outra forma”.

·         Criatividade: Uma vez que a criatividade é diretamente proporcional à quantidade de referências que cada um possui, quanto mais “viagens” a imaginação fizer, tanto mais aumentará o “arquivo referencial” e, consequentemente, a criatividade.

As histórias aumentam o horizonte dos ouvintes, com elas: eles “conhecem a China”, “pisam na Lua”, voam através do tempo, da pré-história aos dias de hoje, travam conhecimento com fadas, duendes, monstros e heróis.

Estas emoções semeiam a imaginação e estimulam a criatividade.

·         Senso Crítico: A cada dia que passa assistimos abismados à falta de senso crítico nos indivíduos. Aumenta a procura de elementos massificantes, tais como grifes e modismos, tolhendo e até envergonhando o indivíduo de ter as suas próprias idéias.

É preciso que as pessoas tenham olhos para ver a realidade da sociedade que as cerca, identificando as atitudes que levam à prosperidade, para incentivar estas e reprimir as danosas, e saber manejar as suas opiniões, para que em conjunto com o pensamento dos demais, possam ter uma vida útil e feliz.

As histórias atuam como ferramentas de grande valia na construção desse senso crítico, porque por meio delas os alunos tomam conhecimento A visão de outras realidades fará com que vejam “os dois lados de uma mesma moeda”, gerando tomadas de posições e construindo uma personalidade ativa.

·         Disciplina: É entendida como aceita e praticada espontaneamente pela criança e não como algo imposto inquestionavelmente pelo educador.

No momento que trabalhamos com algo que a criança realmente gosta, que sente que foi preparado com carinho para ela, as chances de ter uma postura atenta e participativa aumentam muito.

Ela não irá gritar ou fazer algazarra se tiver algo muito mais interessante para fazer: ouvir uma história!

Algo que ela espera ser interessante, porque confia que foi preparado especialmente para ela e para o seu grupo.

A situação fará a criança perceber que existe momento para tudo: brincar, se divertir e também para prestar atenção, e o que é melhor: que vale a pena prestar atenção!

Isso contribuirá para o aumento de sua capacidade de concentração e para o desenvolvimento de uma atitude crítica em relação ao seu comportamento e ao dos demais, ou seja, levará a uma disciplina consciente e assumida pela própria criança.

Transmissão de valores através das histórias

Para Vania Dohme, os valores são fundamentos universais que regem a conduta humana. São elementos essenciais para viver em constante desenvolvimento, baseada no alto conhecimento em direção a uma vida construtiva, satisfatória, em harmonia e cooperação com os demais. Segundo a autora, fazer uma análise de quais valores desejaríamos passar por meio de um processo educacional demandaria uma maior reflexão, mas algumas indagações podem ser feitas:

·         Quais os valores que importam? O que é importante para mim como educador?

·         Que tipo de valores eu reconheço como importante nos demais?

·         Quais deles eu gostaria de ajudar a construir?

·         Quais são adequados a uma criança?

·         Quais deles eu posso transmitir por meio de um processo educacional, levando em conta os meus recursos materiais e humanos?

As repostas não serão iguais de uma pessoa para outra, mas certamente muito semelhantes. De um modo geral, começar a preocupar-se com a transmissão de valores é o grande passo, o envolvimento com a matéria será natural e a satisfação que o retorno das crianças proporcionará será uma mola propulsora para o constante desenvolvimento no trabalho com valores na educação. Alguns autores oferecem sugestões que podem servir de base para reflexão e escolha. De qualquer forma e eleição de determinado valor não deve ser um processo isolado. Ela deve fazer parte de um planejamento em que se levam em conta as características dos alunos, o conjunto de objetivos educacionais e os recursos disponíveis. Na medida do possível, a participação dos pais no processo de escolha e o envolvimento na aplicação são altamente desejáveis.

 A autora apresenta, em ordem alfabética, alguns valores que devem ser trabalhados com crianças:

 ·         Alegria: Boa disposição para fazer as coisas. Propensão a ver e mostrar o lado divertido das coisas.
·         Amor: Desejar o bem para outras pessoas. Ter apego às suas produções e bens, ao meio em que se vive e às pessoas.
·         Compartilhar: Dividir suas coisas com os demais. Reconhecer o direito ou o legítimo desejo das outras pessoas usufruírem igualmente de pertences ou oportunidades.
·         Confiabilidade: Ter uma conduta constante e verdadeira, capaz de conquistar crédito de um bom procedimento.
·         Cooperação: Capacidade a atuar com outras pessoas de forma consistente e produtiva.
·         Coragem: Resolução, perseverança, constância e firmeza perante situações novas e desafiantes.
·         Cortesia: Ser afável, atento e bem-educado.
·         Disciplina: Obedecer a ordens preestabelecidas, combinadas e anteriormente aceitas. Capacidade de praticar atos que resultem no aprimoramento de si próprio ou de sua comunidade.
·         Honestidade: Apropriar-se exclusivamente do que lhe pertence. Conhecer os limites de suas propriedades em relação às de outras pessoas. Ter atitudes coerentes com o seu pensamento e suas convicções. Compartilhar os seus sentimentos de forma verdadeira.
·         Igualdade: Reconhecimento de direitos iguais a todas as pessoas. Não se ater a preconceitos e tratar as pessoas da mesma forma.
·         Justiça: Capacidade de fazer julgamentos desassociados de seus próprios interesses. Ter sensibilidade e disponibilidade para ouvir e entender as razões que levam outra pessoa a determinada conduta. Capacidade de dar a cada um o que lhe pertence.
·         Lealdade: Amor e fidelidade à verdade. Incapacidade de trair, falsear ou enganar.
·         Limpeza: Reconhecer os benefícios da limpeza interna e externa. Ter atitudes para obtê-las.
·         Misericórdia: Reconhecimento e compaixão pelas necessidades alheias. Aceitação e compreensão das limitações dos demais.
·         Paciência: Ter resistência para suportar os reveses. Tranqüilidade para esperar. Aceitar as características e limitações dos demais. Entender que cada um tem o seu “ritmo” e saber conviver com isso.
·         Paz: capacidade de reconhecer os benefícios da harmonia e trabalhar em prol dela.
·         Respeito: Atenção às outras pessoas. Consideração pelas suas atitudes e ações.
·         Responsabilidade: Estar consciente de suas obrigações e disposto a trabalhar por elas. Estar comprometido com aquilo que afirma e com a forma com que se comporta.
·         Solicitude: Estar disposto a ajudar e fazer favores, prestar voluntariamente um serviço ao próximo.
·         Tolerância: Respeito e consideração pelas opiniões e atitudes dos demais.


As histórias infantis e a transmissão de valores

As histórias são úteis na transmissão de valores porque dão razão de ser aos comportamentos humanos. Tratam de questões abstratas, difíceis de serem compreendidas pelas crianças quando isoladas de um contexto. A criança é incapaz de raciocinar no abstrato. Assim, virtudes, maus hábitos, defeitos ou esforços louváveis que interferem no comportamento social do indivíduo, gerando consequências na sua vida, não podem ser entendidos com esta clareza pelas crianças. Falta referencial capaz de associar uma questão de comportamento a um fato: Fulano agiu assim e deu-se mal... a falta de lealdade de Beltrano fez a verdade vir à tona... Se nós adultos, com tanta vivência, muitas vezes nos perdemos na tentativa de associar tendências a fatos, tendo dificuldade de prever se determinada atitude levará à melhor situação, o que pensar das crianças com pouca experiência e com um mundo todo a descobrir! A história traz o abstrato ao entendimento das crianças, e com isso municia-as com experiências que aumentarão a sua vivência, aumentando suas possibilidades dentro do relacionamento social. O trabalho com estas figuras que sintetizam uma série de conceitos também proporcionará ao educador um maior conhecimento de suas crianças, que, expressando suas opiniões dentro do concreto que é a temática da própria história, manifestarão os sentimentos abstratos que provocam o seu íntimo. Em última análise, as histórias ensinam a criança a crescer e a pensar.

Bibliografia:
VANIA D`ANGELO DOHME, Técnicas de contar Histórias. 5ª ed., São Paulo, Informal Editora, 2000.

Extraído de Departamento Nacional de Escola Dominical – Igreja Metodista/Sede Nacional  - www.metodista.org.br


TEMPO DE ESPERANÇA